12 de Abril
Comemora-se Dia Nacional do Hino Brasileiro
O Hino Nacional
Brasileiro é um dos quatro símbolos oficiais da República
Federativa do Brasil, conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da
Constituição
do Brasil. Os outros símbolos da República são a bandeira
nacional, as armas
nacionais e o selo
nacional. Tem letra de Joaquim
Osório Duque Estrada (1870
- 1927) e música de
Francisco
Manuel da Silva (1795
- 1865). Foi
adquirida por 5:000$ cinco contos de réis
a propriedade plena e definitiva da letra do hino pelo decreto n.º
4.559 de 21 de
agosto de 1922
[1]
pelo então presidente Epitácio
Pessoa e oficializado pela lei n.º 5.700, de 1
de setembro de 1971,
publicada no Diário
Oficial (suplemento) de 2
de setembro de 1971.
Hino executado em continência à Bandeira
Nacional e ao presidente
da República, ao Congresso
Nacional e ao Supremo
Tribunal Federal, assim como em outros casos determinados pelos
regulamentos de continência ou cortesia internacional. Sua execução
é permitida ainda na abertura de sessões cívicas, nas cerimônias
religiosas de caráter patriótico e antes de eventos esportivos
internacionais.
A partir de 22
de setembro de 2009,
o hino nacional brasileiro tornou-se obrigatório em escolas
públicas e particulares de todo o país. Ao menos uma vez por semana
todos os alunos do ensino fundamental devem cantá-lo.[2]
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História
Joaquim
Osório Duque Estrada, autor da letra do hino nacional
brasileiro.
Francisco
Manuel da Silva, autor da música do hino nacional brasileiro.
A música do hino é de Francisco Manuel da Silva
e foi inicialmente composta para banda. Em 1831,
tornou-se popular com versos que comemoravam a abdicação de Dom
Pedro I. Posteriormente, à época da coroação de Dom
Pedro II, sua letra foi trocada e a composição,
devido a sua popularidade, passou a ser considerada como o hino
nacional brasileiro, embora não tenha sido oficializada como tal.
Após a proclamação
da República os governantes abriram um concurso para a
oficialização de um novo hino, ganho por Leopoldo
Miguez. Entretanto, com as manifestações populares contrárias
à adoção do novo hino, o presidente da República, Deodoro
da Fonseca, oficializou como Hino Nacional Brasileiro a
composição de Francisco Manuel da Silva, estabelecendo que a
composição de Leopoldo Miguez seria o Hino
da Proclamação da República. Durante o centenário da
Proclamação
da Independência, em 1922,
finalmente a letra escrita pelo poeta e jornalista Joaquim Osório
Duque Estrada tornou-se oficial.
A orquestração
do hino é de Antônio
de Assis Republicano e sua instrumentação para banda é do
tenente Antônio
Pinto Júnior. A adaptação vocal foi feita por Alberto
Nepomuceno e é proibida a execução de quaisquer outros
arranjos vocais ou artístico-instrumentais do hino.
Composição
Dom
Pedro I compondo o Hino Nacional (hoje Hino
da Independência), em 1822,
pintura de Augusto
Bracet.
A música do Hino Nacional do Brasil foi composta
em 1822, por
Francisco
Manuel da Silva, chamada inicialmente de "Marcha Triunfal"
para comemorar a Independência
do país. Essa música tornou-se bastante popular durante os anos
seguintes, e recebeu duas letras. A primeira letra, produzida quando
Dom Pedro I
abdicou do trono, foi de autoria de Ovídio Saraiva de Carvalho e
Silva, sendo cantada pela primeira vez, juntamente com a execução
do hino, no cais do Largo do Paço (ex-Cais Pharoux, atual Praça 15
de Novembro, no Rio de Janeiro), a 13 de abril de 1831, em desacato
ao ex-imperador que embarcava para Portugal. A letra dizia o
seguinte:
Os bronzes da tirania
Já no Brasil não rouquejam;
Os monstros que o escravizavam
Já entre nós não vicejam.
(estribilho)
Da Pátria o grito
Eis que se desata
Desde o Amazonas
Até o Prata
Ferrões e grilhões e forcas
D'antemão se preparavam;
Mil planos de proscrição
As mãos dos monstros gizavam
Já no Brasil não rouquejam;
Os monstros que o escravizavam
Já entre nós não vicejam.
(estribilho)
Da Pátria o grito
Eis que se desata
Desde o Amazonas
Até o Prata
Ferrões e grilhões e forcas
D'antemão se preparavam;
Mil planos de proscrição
As mãos dos monstros gizavam
O hino passou assim a se chamar "Hino ao 7 de
abril" em alusão à abdicação de Dom Pedro
I. Já a segunda letra, na época da coroação de Dom Pedro
II, de autoria desconhecida, dizia:
Negar de Pedro as virtudes
Seu talento escurecer
É negar como é sublime
Da bela aurora, o romper
Seu talento escurecer
É negar como é sublime
Da bela aurora, o romper
Durante o segundo reinado, o hino nacional era
executado nas solenidades oficiais em que participasse o imperador,
sem qualquer canção.
Após a Proclamação
da República em 1889,
um concurso foi realizado para escolher um novo Hino Nacional. A
música vencedora, entretanto, foi hostilizada pelo público e pelo
próprio Marechal Deodoro
da Fonseca. Esta composição ("Liberdade, liberdade! Abre
as asas sobre nós!...") seria oficializada como Hino
da Proclamação da República do Brasil, e a música original,
de Francisco
Manuel da Silva, continuou como hino oficial. Somente em 1906
foi realizado um novo concurso para a escolha da melhor letra que se
adaptasse ao hino, e o poema declarado vencedor foi o de Joaquim
Osório Duque Estrada, em 1909,
que foi oficializado por Decreto
do Presidente Epitácio
Pessoa em 1922 e
permanece até hoje.
Legislação
De acordo com o Capítulo
V da Lei 5.700 (01/09/1971), que trata dos símbolos nacionais,
durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de
respeito, de pé e em silêncio. Civis do sexo masculino com a cabeça
descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos
das respectivas corporações. Além disso, é vedada qualquer outra
forma de saudação (gestual ou vocal como, por exemplo, aplausos,
gritos de ordem ou manifestações ostensivas do gênero, sendo estas
desrespeitosas ou não).
Segundo a Seção II da mesma lei, execuções
simplesmente instrumentais devem ser tocadas sem repetição e
execuções vocais devem sempre apresentar as duas partes do poema
cantadas em uníssono. Portanto, em caso de execução instrumental
prevista no cerimonial, não se deve acompanhar a execução
cantando, deve-se manter, conforme descrito acima, silêncio.
Em caso de cerimônia em que se tenha que executar
um hino nacional estrangeiro, este deve, por cortesia, preceder o
Hino Nacional Brasileiro.
Letra da introdução
A
parte instrumental da introdução do Hino Nacional Brasileiro
possuía uma letra, que acabou excluída da sua versão oficial do
hino. Essa letra é atribuída a Américo
de Moura, natural de Pindamonhangaba,
presidente da província do Rio de Janeiro nos anos de 1879
e 1880. Em 17 de
novembro de 2009, o
cantor Eliezer
Setton lançou um CD intitulado Hinos à Paisana, das
quais uma das faixas é do Hino Nacional Brasileiro com essa
introdução cantada.[3][4]
A letra da introdução é a seguinte:
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Letra da introdução do Hino Nacional
Brasileiro
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Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso
dever
Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante Gravai com buril nos pátrios anais Do vosso poder Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz Cumpri o dever na guerra e na paz À sombra da lei, à brisa gentil O lábaro erguei do belo Brasil Eia! sus*, oh, sus! |
A palavra "sus" é uma interjeição
que vem do latim sus: "de baixo para cima"; que
chama à motivação: erga-se!, ânimo!, coragem! Neste contexto é
sinônimo de "em frente, avante".
Letra em vigor
A letra atualmente em vigor do Hino Nacional
Brasileiro é a que se segue:
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HINO NACIONAL BRASILEIRO
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Primeira Parte
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Segunda Parte
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Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido, De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada Entre outras mil És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo És mãe gentil, Pátria amada, Brasil! |
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores, "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores". (*) Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - Paz no futuro e glória no passado. Mas se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada Entre outras mil És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo És mãe gentil, Pátria amada, Brasil! |
Significado
Eis o significado dos termos usados na letra do
Hino:
- Margens plácidas - "Plácida" significa serena, calma.
- Ipiranga - É o riacho junto ao qual D. Pedro I proclamou a independência.
- Brado retumbante - Grito forte que provoca eco.
- Penhor - Usado de maneira metafórica (figurada). "penhor desta igualdade" é a garantia, a segurança de que haverá liberdade.
- Imagem do Cruzeiro resplandece - O "Cruzeiro" é a constelação do Cruzeiro do Sul que resplandece (brilha) no céu.
- Impávido colosso - "Colosso" é o nome de uma estátua de enormes dimensões. Estar "impávido" é estar tranquilo, calmo.
- Mãe gentil - A "mãe gentil" é a pátria. Um país que ama e defende os "filhos" (os brasileiros) como qualquer mãe.
- Fulguras - do verbo fulgurar (reluzir, brilhar).
- Florão - "Florão" é um ornato em forma de flor usado nas abóbadas de construções grandiosas. O Brasil seria o ponto mais importante e vistoso da América.
- Garrida - Enfeitada. Que chama a atenção pela beleza.
- Lábaro - Sinônimo de bandeira. "Lábaro" era um antigo estandarte usado pelos romanos.
- Clava forte - Clava é um grande porrete, usado no combate corpo-a-corpo. No verso, significa mobilizar um exército, entrar em guerra.
Cornetas e Tambores Militares
Os toques de cornetas, tambores e apitos militares
de tropas brasileiras são entoados com ritmo peculiar e as notas
musicais geralmente são compassadas e perfeitamente audíveis quando
sincronizados com cerimonial de execução do hino nacional.
(Cerimonial da Marinha, Regulamento de Continências, Manual de Ordem
Unida Série CGCFN)