O Realismo no Brasil teve seu início, oficialmente, em 1881, com a publicação deMemórias
Póstumas de Brás Cubas, de seu mais célebre autor, Machado de Assis.
Esta escola só entra em declínio com o surgimento do Parnasianismo, por
volta de 1890.
Com a introdução do estilo
realista, assim como do naturalista, o romance, no Brasil,
ganhou um novo alcance, a observação. Começou-se a escrever buscando a verdade,
e não mais para ocupar os ócios dos leitores.
Machado de Assis, considerado
o maior expoente da literatura
brasileira e do Realismo
no Brasil, desenvolve em sua ficção uma análise psicológica e universal e sela,
portanto, a independência literária do país
Contexto histórico e Cultural
No Brasil do Segundo reinado (de 1840 a 1889), impera o conhecido
"parlamentarismo às avessas", quando o Imperador D. Pedro II escolhe o senador ou o deputado para o cargo deprimeiro-ministro, com a complacência do Partido
Liberal e do Partido Conservador, que se revezavam no poder, sempre segundo
os interesses da oligarquia agrária.
No campo da economia, o Brasil, na
metade do século XIX, ainda mantinha uma estrutura
baseada no latifúndio, na monocultura de exportação com mão-de-obra escrava voltada para o mercado cafeeiro.
Por volta da década de 1870, no entanto, as oligarquias
agrárias, que até então "davam as cartas" na economia e na política
do país, sofrem pressões internacionais para o desenvolvimento do capitalismo industrial no Brasil, no sentido de um processo demodernização que se dá lentamente. Inicialmente, pela proibição do
tráfico negreiro. Com isso cresce a mão-de-obra imigrante,
desenvolve-se a indústria cafeeira no interior do estado de São Paulo e ferrovias são construídas. Ao longo dos trilhos, concentram-se
as fábricas que dão origem à classe média urbana, que se insatisfaz com a falta de
representatividade política.
Essa classe, apóia-se no Exército e aceita a liderança dos cafeicultores paulistas,
responsáveis pelos trabalhadores assalariados no país e defensores de mudanças
estruturais, como a substituição da Monarquia, já desgastada e reacionária,
pela República.
A Proclamação se dá
em 1889, porém, a República não atenderia as ambições da classe
média e dos militares. Então, representantes das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais passam a controlar o Estado brasileiro, por meio de
uma aliança entre seus governadores que ficou conhecida como "Política do
café-com-leite".
O Brasil da época é um país
com idéias liberais, republicanas, "modernas", no entanto, tem que
conviver com uma estrutura político-econômica oligárquica, agrária,
latifundiária e coronelista.
Da Europa foram trazidas algumas idéias, entre elas o positivismo de Auguste Comte, o determinismo histórico de Taine, o socialismo utópico de Proudhon e o socialismo
científico de Karl Marx, o evolucionismo de Darwin e a negação do Cristianismo de Renan.
Autores e obras notáveis
Dentre os principais autores
do Realismo no Brasil, estão Raul Pompéia, Visconde de Taunay e o principal deles, Machado de Assis.
Entre as obras de Raul
Pompéia, O Ateneu é, sobretudo, um exemplo impressionista na literatura brasileira, também considerada uma obra Naturalista. Alfredo
de Taunay destaca-se na literatura regionalista. Sua obra-prima, Inocência, é transitória entre Romantismo e Realismo.
Machado de Assis contribuiu
com grandes obras, como a introdutória do estilo Memórias Póstumas de Brás Cubas, sucedida por Quincas Borba e Dom Casmurro. As três envolvem adultério e apresentam inúmeros temas sob uma ótica crítica e
irônica, característica do autor. As obras Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro destacam-se por serem narradas em primeira pessoa, característica
incomum no romance realista. Esaú e Jacó e Memorial de Aires figuram na fase filosófica e madura do autor, sendo,
também, obras realistas.
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